terça-feira, 26 de agosto de 2008

Vida Invertida


A grande transformação que o Eduardo trouxe pra minha vida foi me fazer virar mãe, uma coisa que não se explica, não se compreende até acontecer com a gente.E isso foi um arrombo,uma explosão, uma coisa gigantesca na minha vida.Olhava pra ele todo dia e as vezes chegava a duvidar que ele havia saido de mim,tão lindo,tão perfeitinho,cílios longos,vigiava suas unhas crescendo torcendo para chegar o dia em que eu pudesse cuidar dele sozinha e não mais as enfermeiras.
Mas aí,não aconteceu.
E eu?
O que virei?
O que é uma mãe sem um filho?
Porque sou mãe mas não tenho filho.Uma vez ouvi uma pessoa dizer que quem enterra um filho é uma pessoa de vida invertida.Porque não é essa a ordem natural das coisas.Pois me sinto assim,uma pessoa de vida invertida,meio perdida,sonhando com meu filho pelos cantos aprendendo apenas a administrar essa dor para que ela não prejudique mais quem esta ao meu lado e a mim mesma.
Quando o marido ou a mulher morre voce vira viúvo,quando seus pais morrem você é orfão,quando seu filho morre você vira o que??
É uma coisa tão esquisita que nem nome tem.
Ouvi isso esse final de semana e concordei.

10 comentários:

Karen disse...

Dani querida,
Nós não deixamos de ser mãe isso voce pode ter certeza. Se nossos filhotes não estão aqui nosso amor por eles continua sendo incondicional. Quer amor mais incondicional que o nosso, que amamos absurdamente um serzinho que não faz mais parte do nosso dia a dia? Que sem falar nada, sem nunca dizer uma palavra sequer nos ensinou que podemos ser melhores do que penseavamos, que mesmo com a ausência deles nos tornou tnao completas? Vamos cada dia, devagar, pelo resto e nossas vidas aprender a administrar essa dor. Como dizia Drummnd, a dor é inevitável mas o sofrimento é opcional. Sofremos por um tempo, depois melhora. Hoje estou desmontando o quarto da Valentina...está um pouquinho dolorido, mas estou fazendo sem pensar, acho que chegou a hora.

bjs

Sheyla disse...

Dani,
Concordo com tudo o que a Karen disse. Sempre vejo seus comentários lá na Karen, e de longe percebo quão especiais são vocês. Que bom que começou a escrever. Tenho certeza, que existem outras mães como vc e a Karen, e que precisam dividir tantas histórias, né?
Bjs e fica com Deus.

Julieta disse...

O Eduardo, com certeza, a fez uma pessoa melhor, uma pessoa que sabe dar valor à pequenos momentos e que sabe que para amarmos, não precisamos de todo o tempo do mundo, pois mesmo um pequeno período, nos faz ser capazes de amar como nunca julgamos capazes em nossas vidas.
Não sei responder o que é uma mãe sem filho, mas com certeza, sei responder que minha mãe, quando questionada o que poderia ser pior do que perder um filho (ela perdeu meu irmão quando este tinha 19 anos), sempre responde que pior que perder um filho, é ver um filho sofrendo, sem poder fazer nada para minimizar ou acabar com aquele sofrimento. E mais, como disse a Karen, o vazio não diminui, assim como a tristeza e a dor não cedem, mas temos que aprender a conviver com elas. Obrigada por me deixar participar um 'tiquinho' de sua vida. Te admiro muito e sei que a vida não tem sido fácil com você, mas lembre-se, que somente os fortes são colocados à prova.
Bjs.
Ju

Simone - Pique-Pega disse...

Dani, que coisa doida, Nao queria nunca ler isso, quer dizer nao queria nunca que vc sentisse isso, vivesse isso. Mas a vida 'e assim meio doida. E eu aqui nao posso fazer nada. Nem comentar isso direito eu sei.
Eu amo vc, Taderbal Garotiel ( Garotiel '
e com "l" ou "u" ?).
Mas fico feliz que vc est'a escrevendo, Acho que a dor a gente tem que por pra fora,E talvez a regra matem'atica funcione, dividindo ela fica um pouco menor.
beijos

Ana disse...

É Danilda realmente é uma dor que nós que somos mães não podemos nem dizer qual o tamanho.
A dor mais insuportável, tenho certeza disso. E so quando somos mães é que temos uma vaga ideia do que seja. Porque acho também que só as mães que passam por isso sabem o tamanho da dor.
Torço para que vc supere esta dor porque você ainda tem muito o que viver. Mais acho que vc deve vivê-la intensamente para que a cada dia ela vem diminuindo.
Vc tem aqui uma amiga que sofre com vc e pode ter certeza que rezo para que melhore logo. bj

Dani Vitrolinha disse...

Eu já tinha ouvido alguém dizer isso, e me lembrei de vc na hora, é uma frase muito verdadeira ... Você é e sempre será a mãe do Eduardo, isso aí ninguém vai tirar de vc Dani... mãe pra sempre.

beijo.

Ana Elisa"Beth" disse...

Ai Dani. Eu faço minhas as palavras das meninas. Não é fácil. Aliás, é MUITO DIFÍCIL, mas uma coisa é certa, vc é a Mãe do Eduardo. Eu sempre te vi como uma pessoa que tem sentimentos nobres, mas guardados. Seu mode de falar, de agir, contido. Acho que escrever sobre isso vai te fazer, se já não está, um bem enorme. E nós estamos aqui, prontas pra te ouvir. Um abraço bem apertado!

Anônimo disse...

Dani...Essa dor inevitável, um dia vai melhorar,o tempo cuida disso...ele sempre ficará na sua lembrança, na sua vida, no seu coração..+ a sua vida continua, e Deus com certeza está reservando coisas muito boas p/ vc...eu sei que pensa que nunca irá passar, talvez nao passe, mas melhora muito, pode ter certeza!As vezes coisas acontecem também p/ que sejam evitadas dores piores no futuro! Talvez a missão do Eduardo aqui era curta....veio p/ trazer muito amor, p/trazer a maravilhosa sensação de ser mãe, de família...mais acima de tudo,para passar alguma coisa p/ todos que conviveram com ele!
Força Dani, a tempestade da dor vai passar e tudo se acalma no futuro!
Bjos

EAMM disse...

Dani...
Dizem que na dor as pessoas ficam bem mais sensíveis do que já são. E vc, que sempre viveu os sentimentos à flor da pele, deve estar no auge da sensibilidade. E do sofrimento.
Seu texto diz isso. E suas palavras me emocionaram, muito!
Amiga, eu sou mãe e tenho idéia do que você está sentindo. Por isso me entristeço. E rezo, rezo muito, para que vc , com toda sua força, supere essa dor.
Porque a saudade e a sensação de que algo está faltando, eu imagino que devam ficar pra sempre... O desafio será administrar isso.
Você é mãe sim, e vai ser sempre. E tudo porque você conheceu o amor incondicional, aquele que antes de sermos mãe nem tínhamos idéia que existisse. Uma sentimento tão grande e poderoso que não passa nem com o tempo.
Mas, acredite. Dias melhores virão.
E, com certeza, o Eduardo está olhando pra vc, lá do céu, e torcendo para que vc melhore logo.
Sei que estou longe, mas saiba que pode contar comigo.
Beijo grande.

Anônimo disse...

Ola dani,
voce e ai de SP? e pq gostaria muito de ir fazer comprar pra revender aki em BSB, serias aquelas roupas com defeito, voce me indica algum lugar?
fernanda.iane@gmail.com